Estroboloma: Como Interpretar a Atividade da Beta Glucuronidase
- André Virtos
- Sep 15
- 2 min read
O estroboloma corresponde ao conjunto de bactérias intestinais com genes capazes de metabolizar os estrógenos. A principal enzima envolvida nesse processo é a β-glucuronidase, responsável por desconjugar estrógenos excretados na bile e permitir sua reabsorção pelo intestino.
A interpretação da atividade dessa enzima é essencial para compreender o equilíbrio hormonal e os riscos associados ao excesso ou deficiência estrogênica.
Estroboloma e a Beta Glucuronidase
Atividade equilibrada → favorece a recirculação fisiológica de estrógenos, mantendo homeostase hormonal adequada.
Atividade elevada → aumenta a reabsorção de estrógenos, podendo levar a hiperestrogenismo funcional, associado a síndrome pré-menstrual, endometriose, miomas, síndrome dos ovários policísticos (SOP) e maior risco de câncer de mama e endométrio.
Atividade reduzida → limita a recirculação, resultando em hipoestrogenismo funcional, com impacto em osteopenia, osteoporose, sintomas climatéricos e risco cardiovascular.
Como Interpretar na Prática Clínica
Avaliar os níveis de β-glucuronidase fecal pelo exame CoproOne® Estroboloma.
Correlacionar com sintomas clínicos: ciclos menstruais irregulares, disfunções reprodutivas, sintomas de hipo ou hiperestrogenismo.
Integrar com outros biomarcadores de disbiose, inflamação intestinal e metabolismo hormonal.
Definir estratégias terapêuticas personalizadas:
Modulação da microbiota (probióticos, prebióticos, dieta rica em fibras).
Fitoterápicos reguladores de metabolismo estrogênico (ex.: Linum usitatissimum, Cimicifuga racemosa).
Estratégias nutricionais com fitoestrógenos ou indóis (brássicas).
Intervenções em saúde funcional voltadas para restauração da homeostase intestinal-hormonal.
Conclusão
A interpretação da β-glucuronidase no contexto do estroboloma é uma ferramenta poderosa para compreender a relação entre microbiota e metabolismo dos estrógenos. Sua análise orienta condutas personalizadas em saúde da mulher, prevenção de doenças hormônio-dependentes e estratégias integrativas para equilíbrio metabólico.
Referências
Kwa M, Plottel CS, Blaser MJ, Adams S. The intestinal microbiome and estrogen receptor–positive female breast cancer. J Natl Cancer Inst. 2016;108(8).
Baker JM, Al-Nakkash L, Herbst-Kralovetz MM. Estrogen–gut microbiome axis: Physiological and clinical implications. Maturitas. 2017;103:45–53.
Plottel CS, Blaser MJ. Microbiome and malignancy. Cell Host Microbe. 2011;10(4):324–335.
Fuhrman BJ, et al. Associations of the fecal microbiome with urinary estrogens and estrogen metabolites in postmenopausal women. J Clin Endocrinol Metab. 2014;99(12):4632–4640.




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