Estroboloma e Saúde da Mulher
- André Virtos
- Sep 17
- 2 min read
O estroboloma é o conjunto de bactérias intestinais com genes capazes de metabolizar os estrógenos, principalmente por meio da enzima β-glucuronidase. Esse eixo microbiota-hormônios tem papel determinante na saúde da mulher, influenciando desde o ciclo menstrual até o risco de câncer hormônio-dependente.
Estroboloma e Ciclo Menstrual
O equilíbrio da β-glucuronidase intestinal garante a recirculação adequada dos estrógenos.
Atividade aumentada → favorece excesso de estrogênio, contribuindo para sintomas de tensão pré-menstrual (TPM) e irregularidades menstruais.
Atividade reduzida → pode resultar em hipoestrogenismo funcional, com ciclos anovulatórios e disfunções hormonais.
Estroboloma e Fertilidade
O metabolismo estrogênico regulado pelo estroboloma afeta diretamente a função reprodutiva:
Desequilíbrio da microbiota intestinal está associado a endometriose, síndrome dos ovários policísticos (SOP) e infertilidade.
A modulação da microbiota pode favorecer um ambiente hormonal mais estável, aumentando as chances de concepção.
Estroboloma e Menopausa
Na menopausa, a redução da produção ovariana de estrógenos é parcialmente compensada pela recirculação intestinal. Um estroboloma equilibrado pode:
Atenuar sintomas climatéricos (fogachos, insônia, alterações de humor).
Proteger contra osteopenia e osteoporose, pela manutenção de níveis funcionais de estrógeno.
Estroboloma e Câncer Hormônio-Dependente
A atividade excessiva da β-glucuronidase aumenta a reabsorção de estrógenos, o que pode elevar o risco de câncer de mama, endométrio e ovário. Avaliar e modular o estroboloma é, portanto, uma estratégia preventiva e de suporte terapêutico em oncologia integrativa.
Conclusão
O estroboloma é um elo essencial entre microbiota intestinal e saúde da mulher. Sua avaliação, por meio de exames como o CoproOne® Estroboloma, fornece dados objetivos sobre o metabolismo estrogênico, permitindo condutas personalizadas em ginecologia, endocrinologia e medicina funcional.
Referências
Baker JM, Al-Nakkash L, Herbst-Kralovetz MM. Estrogen–gut microbiome axis: Physiological and clinical implications. Maturitas. 2017;103:45–53.
Kwa M, Plottel CS, Blaser MJ, Adams S. The intestinal microbiome and estrogen receptor–positive female breast cancer. J Natl Cancer Inst. 2016;108(8).
Fuhrman BJ, et al. Associations of the fecal microbiome with urinary estrogens and estrogen metabolites in postmenopausal women. J Clin Endocrinol Metab. 2014;99(12):4632–4640.
Plottel CS, Blaser MJ. Microbiome and malignancy. Cell Host Microbe. 2011;10(4):324–335.




Comments