Fatores que Afetam a Atividade da DAO
- André Virtos
- Sep 19
- 2 min read
A enzima diaminoxidase (DAO) é responsável pela degradação da histamina no intestino. Sua redução está diretamente associada à intolerância histamínica, condição que pode gerar sintomas digestivos, cutâneos, neurológicos e cardiovasculares. Diversos fatores externos e internos influenciam a atividade da DAO, comprometendo o equilíbrio da histamina no organismo.
Fármacos que reduzem a atividade da DAO
Vários medicamentos podem inibir ou reduzir a ação da DAO.
Anti-inflamatórios não esteroides (AINEs).
Antidepressivos tricíclicos e alguns ISRS.
Antibióticos.
Anti-hipertensivos (como verapamil).Esses fármacos podem precipitar sintomas de intolerância histamínica em pacientes predispostos.
Microbiota intestinal e produção de histamina
A disbiose intestinal está entre os principais moduladores da atividade da DAO.
Bactérias intestinais podem produzir histamina, aumentando a sobrecarga do sistema.
Alterações na microbiota reduzem a integridade da mucosa intestinal, onde a DAO é produzida.
A modulação da microbiota é, portanto, uma estratégia terapêutica essencial.
Doenças intestinais e inflamação crônica
Condições gastrointestinais comprometem diretamente a síntese e liberação de DAO.
Doença celíaca ativa.
Doença inflamatória intestinal (Doença de Crohn, Retocolite Ulcerativa).
Síndrome do intestino irritável associada à inflamação de baixo grau.A inflamação intestinal reduz a expressão da DAO, piorando o quadro clínico.
Deficiências nutricionais e cofatores enzimáticos
A atividade da DAO depende de cofatores específicos.
Vitamina B6, cobre e zinco são fundamentais para sua função.
Deficiências nutricionais reduzem a eficiência da enzima.
A correção dessas carências pode melhorar a tolerância à histamina.
Conclusão
A redução da atividade da DAO pode ter múltiplas causas, desde uso de medicamentos até disbiose intestinal e deficiências nutricionais. Reconhecer esses fatores é essencial para compreender a intolerância histamínica e guiar condutas clínicas personalizadas, incluindo ajustes de fármacos, modulação da microbiota e suporte nutricional.
Referências
Maintz L, Novak N. Histamine and histamine intolerance. Am J Clin Nutr. 2007;85(5):1185–1196.
Schwelberger HG. Histamine intolerance: a metabolic disease? Inflamm Res. 2010;59 Suppl 2:S219–S221.
Comas-Basté O, et al. Histamine intolerance: the current state of the art. Biomolecules. 2020;10(8):1181.




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