Intolerância Histamínica e Microbiota Intestinal
- André Virtos
- Sep 22
- 2 min read
A intolerância histamínica não depende apenas da ingestão de alimentos ricos em histamina. A microbiota intestinal desempenha papel crucial nesse processo, pois algumas bactérias são capazes de produzir histamina, enquanto outras influenciam a degradação enzimática. Quando ocorre disbiose intestinal, esse equilíbrio é comprometido, aumentando a sobrecarga do organismo.
Bactérias produtoras de histamina
Determinadas espécies bacterianas possuem genes que permitem a produção de histamina a partir do aminoácido histidina.
Morganella morganii
Klebsiella pneumoniae
Enterobacter cloacae
Lactobacillus reuteri (algumas cepas específicas)
Essas bactérias podem elevar significativamente a carga de histamina no intestino, favorecendo sintomas mesmo em indivíduos com dieta controlada.
Disbiose intestinal e intolerância histamínica
A disbiose altera a diversidade microbiana e reduz a integridade da mucosa intestinal.
Excesso de bactérias produtoras de histamina → maior liberação no lúmen intestinal.
Inflamação crônica → prejudica a síntese da DAO, reduzindo a degradação da histamina.
Aumento da permeabilidade intestinal → facilita a passagem de histamina para a circulação sistêmica.
Esse cenário potencializa os sintomas de intolerância histamínica, mesmo com ingestão moderada de alimentos.
Estratégias para modular a microbiota
A modulação intestinal é essencial no manejo da intolerância histamínica.
Dieta rica em fibras e prebióticos.
Probióticos selecionados (cepas não produtoras de histamina).
Redução de alimentos fermentados em fases iniciais.
Estratégias anti-inflamatórias para recuperação da mucosa.
Conclusão
A intolerância histamínica está fortemente relacionada ao equilíbrio da microbiota intestinal. A presença de bactérias produtoras de histamina e a disbiose favorecem tanto o aumento da carga de histamina quanto a redução da DAO. Assim, a modulação intestinal deve ser parte central da conduta clínica, associada a ajustes nutricionais e suporte enzimático.
Referências
Comas-Basté O, et al. Histamine intolerance: the current state of the art. Biomolecules. 2020;10(8):1181.
Schink M, Konturek PC, Tietz E, Dieterich W, Pinzer TC, Wirtz S, Neurath MF, Zopf Y. Microbial patterns in patients with histamine intolerance. J Physiol Pharmacol. 2018;69(4).
Maintz L, Novak N. Histamine and histamine intolerance. Am J Clin Nutr. 2007;85(5):1185–1196.




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