Overtraining: A Biologia da Exaustão e o Papel dos Biomarcadores LabRx no Monitoramento de Atletas
- André Virtos
- 3 days ago
- 4 min read
O overtraining não é simplesmente “treinar demais”.
É uma síndrome fisiopatológica complexa, caracterizada por ruptura progressiva dos sistemas que sustentam a adaptação atlética: o eixo neuroendócrino, o sistema imune, a homeostase oxidativa, o metabolismo energético, a integridade intestinal e a neuroquímica central.
A literatura científica é clara: quando a carga de treino excede a capacidade de recuperação, ocorre uma transição silenciosa de adaptação para mal-adaptação. Essa transição é difícil de detectar clinicamente — motivo pelo qual o uso de biomarcadores objetivos tornou-se essencial para distinguir fadiga normal, overreaching funcional e o overtraining syndrome (OTS).
Overtraining: um fenômeno sistêmico, não muscular
Diversos estudos mostraram que o OTS envolve alterações robustas em múltiplos sistemas fisiológicos. Os achados incluem:
Disfunção do eixo HPA e redução da responsividade ao estresse (Meeusen et al., 2013).
Aumento do estresse oxidativo com elevação de nitrotirosina, MDA e carbonilas proteicas (Tanskanen et al., 2010).
Neuroinflamação e fadiga central mediadas por alterações no metabolismo do triptofano (via IDO → quinurenina).
Disbiose, permeabilidade intestinal e alterações serotoninérgicas, relevantes para GI distress comum em atletas (Purvis et al., 2010).
Queda da IgA secretora, predispondo infecções de vias aéreas superiores — um marcador clássico de OTS.
Alterações consistentes na neurotransmissão, incluindo dopamina, noradrenalina, serotonina e GABA, que explicam apatia, queda de motivação, irritabilidade e insônia.
Ou seja: o overtraining é uma síndrome multissistêmica mensurável — e biomarcadores funcionais são a única forma objetiva de monitorá-la.
Fisiopatologia Integrada do Overtraining
Estresse Oxidativo e Radicais Nitrogênio-Oxigênio
O estudo de Tanskanen et al. (2010) mostrou que atletas com overtraining apresentam:
nitrotirosina elevada (marcador de dano proteico nitrativo),
aumento de carbonilas proteicas,
incapacidade de elevar ORAC após exercício — um sinal de colapso adaptativo.
Essa incapacidade de modular o balanço redox torna o atleta metabolicamente “travado”.
O DBS® Estresse Oxidativo (Nitrotirosina) da LabRx é um dos marcadores mais sensíveis para capturar esse colapso ainda na fase subclínica.
Eixo Neuroendócrino (HPA): Cortisol, DHEA e Ritmo Circadiano
O overtraining altera tanto o tônus simpático quanto o eixo HPA. Estudos mostram:
cortisol matinal reduzido ou achatamento da curva,
respostas paradoxais ao exercício,
DHEA reduzido em condições de estresse catabólico crônico,
distúrbios de sono, humor e imunidade relacionados ao eixo.
A abordagem LabRx combina:
SalivaCare® – Cortisol ao despertar, ritmo circadiano e DHEA, para revelar o padrão de adaptação ou exaustão do eixo HPA.
Eixo Intestino–Músculo–Cérebro
A literatura aponta que atletas com carga excessiva podem apresentar:
aumento de permeabilidade intestinal (Purvis 2010),
disbiose ligada à queda de motilidade e hipoperfusão esplâncnica,
alteração de serotonina intestinal e GABA,
mastócitos ativados e aumento de histamina fecal.
O CoproOne® Disbiose + CoproOne® SII detectam inflamação, leaky gut, alterações serotoninérgicas e hiperativação mastocitária — elementos frequentes em OTS.
Neuroinflamação e Fadiga Central: a via Triptofano–Quinurenina
Um dos mecanismos mais coerentes do overtraining envolve a ativação da IDO, desviando o triptofano da via serotoninérgica para a síntese de quinurenina, que atravessa a BHE e contribui para:
fadiga central,
piora cognitiva,
queda de motivação,
sintomas depressivos,
dor crônica.
Estudos recentes mostram que OTS apresenta esse padrão neuroinflamatório de forma consistente.
O DBS® Neuroinflamação (Triptofano, Quinurenina) é, hoje, um dos melhores marcadores para detectar fadiga central verdadeira.
Neurotransmissores urinários e colapso motivacional do atleta
A queda de performance no overtraining é acompanhada por:
dopamina baixa → apatia, procrastinação, falta de drive;
GABA reduzido → ansiedade, irritabilidade, hiperexcitabilidade cortical;
serotonina alterada → insônia, humor deprimido, GI distress;
glutamato elevado → excitotoxicidade e sensação de estar “superestimulado e exausto”;
noradrenalina e adrenalina desreguladas → perda do ritmo de ativação autonômica.
O NeuroStress® permite monitorar a assinatura neuroquímica do atleta e diferenciar fadiga normal de colapso central.
Como os biomarcadores LabRx® se integram no monitoramento de Overtraining
A força da metodologia LabRx está em medir função, não potencial, interpretando eixos biológicos integrados.
CoproOne® Disbiose
Detecta inflamação intestinal, permeabilidade aumentada, queda de IgA e alterações metabólicas precoces comuns no atleta desgastado.
CoproOne® SII
Mostra o impacto da sobrecarga no eixo intestino–cérebro: serotonina, GABA, histamina e triptofano.
CoproOne® Estroboloma
Mostra como o estresse crônico altera recirculação estrogênica e inflamação hepatointestinal — relevante para atletas mulheres.
NeuroStress®
Avalia dopamina, noradrenalina, adrenalina, serotonina, GABA, glutamato e histamina — chave para entender colapso motivacional e fadiga central.
DBS® Neuroinflamação
Triptofano + Quinurenina → o melhor espelho laboratorial da fadiga central.
DBS® Estresse Oxidativo
Nitrotirosina → revela dano nitrosativo profundo, característico de OTS severo.
SalivaCare®
Cortisol, Melatonina, DHEA e IgA → integra estresse, imunidade e ritmo circadiano.
Conclusão
O overtraining não é detectado apenas por sintomas — ele deixa assinaturas biológicas claras, que emergem muito antes da queda significativa de performance.
A abordagem LabRx®, baseada em biomarcadores funcionais com alta reprodutibilidade e sensibilidade fisiológica, permite:
detectar precocemente o risco;
diferenciar fadiga adaptativa de OTS;
individualizar a periodização do atleta;
acompanhar longitudinalmente a recuperação.
É a transição da suspeita clínica para a medicina esportiva de precisão.
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