Como Interpretar o NeuroStress
- André Virtos
- Sep 17
- 2 min read
O exame NeuroStress® fornece informações valiosas sobre a homeostase neuroquímica por meio da dosagem de neurotransmissores urinários. A interpretação correta dos resultados é fundamental para que o profissional de saúde traduza os dados laboratoriais em condutas clínicas seguras e personalizadas.
NeuroStress: Fundamentos da Interpretação
A interpretação do NeuroStress® deve considerar o equilíbrio entre neurotransmissores excitatórios (como dopamina, noradrenalina, adrenalina e glutamato) e inibitórios (como serotonina e GABA). Não se trata apenas da análise isolada de cada marcador, mas da compreensão de padrões funcionais que refletem a dinâmica neuroquímica do paciente.
Exemplos de Padrões Clínicos
Déficit de serotonina e dopamina → associado a depressão, fadiga, desmotivação e compulsão alimentar.
Excesso de catecolaminas (noradrenalina/adrenalina) → característico de estresse crônico e síndrome de burnout.
Desequilíbrio entre GABA e glutamato → frequentemente observado em ansiedade, insônia e irritabilidade.
Elevação de histamina urinária → pode sugerir hiper-responsividade inflamatória.
Etapas Práticas da Interpretação
Análise dos valores de referência: verificar quais neurotransmissores estão acima ou abaixo da faixa considerada funcional.
Identificação de padrões excitatórios/inibitórios: avaliar se o perfil do paciente indica hiperestimulação ou deficiência regulatória.
Correlação clínica: integrar os achados laboratoriais com a anamnese, histórico de sintomas e demais biomarcadores avaliados.
Estratégia terapêutica: direcionar intervenções em psicofarmacologia, neurosuplementação, fitoterapia e mudanças de estilo de vida.
Monitoramento: repetir o exame em intervalos recomendados (geralmente a cada 90 dias) para avaliar a evolução do paciente.
Conclusão
A interpretação do NeuroStress® exige uma abordagem integrada, combinando conhecimento em neurociência, bioquímica e clínica funcional. Trata-se de uma ferramenta que auxilia o profissional de saúde a identificar desequilíbrios neuroquímicos objetivos, permitindo intervenções mais precisas em saúde mental e medicina integrativa.
Referências
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Volkow ND, Morales M. The brain on drugs: from reward to addiction. Cell. 2015;162(4):712–725.
Russo SJ, Nestler EJ. The brain reward circuitry in mood disorders. Nat Rev Neurosci. 2013;14(9):609–625.
Pehrson AL, Sanchez C. Serotonergic modulation of glutamate neurotransmission as potential treatment for anxiety disorders and depression. Psychopharmacology (Berl). 2015;232(17):3473–3494.




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