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DBS® Intolerância Histamínica: Guia Clínico Completo para Uso e Interpretação

A intolerância histamínica (IH) é uma condição funcional caracterizada por um desequilíbrio entre produção e degradação da histamina no organismo. Esse desequilíbrio não depende apenas de alimentos, mas principalmente da capacidade enzimática da mucosa intestinal e dos tecidos — especialmente da enzima DAO (Diamino Oxidase).

Por isso, o diagnóstico clínico baseado apenas em sintomas ou dietas de exclusão é falho: sem medir DAO e Histamina, o profissional não sabe se está lidando com alergias alimentares, sensibilidade inespecífica, disbiose, dismotilidade, inflamação intestinal, SII, mastocitose leve ou, de fato, intolerância histamínica verdadeira.

O DBS® Intolerância Histamínica, que dosa DAO e Histamina no sangue total coletado em papel de filtro, foi desenvolvido exatamente para oferecer clareza diagnóstica.

DBS Intolerância Histamínica

Entendendo a DAO: o principal marcador da intolerância histamínica

A DAO é a principal enzima responsável por degradar histamina proveniente de alimentos, fermentação bacteriana e liberação local da mucosa.


Interpretação clínica da DAO

  • DAO baixa→ Reduz a capacidade de degradar histamina.→ É a causa primária da intolerância histamínica verdadeira.→ Relaciona-se a: permeabilidade intestinal, disbiose produtora de histamina, mucosa lesionada, uso de fármacos que inibem DAO, inflamação crônica.

  • DAO normal→ Sugere que o problema não está na degradação, mas possivelmente na produção aumentada de histamina (mastócitos, microbiota, estresse) ou em alimentos acumuladores.

  • DAO elevada→ Menos comum, geralmente interpretada como compensação diante de maior carga histamínica.

A DAO é lenta para ser modulada: melhora em semanas a meses e piora rapidamente com inflamação intestinal.

Por isso, é recomendada:

  • dosagem basal, para diagnóstico

  • dosagem após 60–90 dias, para resposta terapêutica

  • dosagem durante suplementação, já que a DAO exógena não aumenta diretamente a produção endógena, mas modifica sintomas e exige reavaliação


Entendendo a Histamina: o marcador do acúmulo

A Histamina plasmática revela o quanto o organismo está exposto ou acumulando, seja por:

  • consumo alimentar

  • fermentação bacteriana

  • disbiose produtora de histamina

  • stress crônico (mastócitos)

  • permeabilidade intestinal

  • baixa DAO

  • processos inflamatórios


Interpretação clínica da Histamina

  • Histamina elevada→ Forte indicativo de acúmulo.→ Porém NÃO define se a causa é baixa DAO ou produção excessiva.

  • Histamina normal com sintomas clássicos→ Sugere que existe oscilação, variação pós-prandial ou velocidade de degradação preservada, mas limítrofe.→ Reforça a importância de avaliar DAO + clínica + dieta.

  • Histamina baixa→ Raro, mas pode ocorrer em fases assintomáticas, períodos pós-dieta restritiva ou baixa produção bacteriana.


Por que é fundamental interpretar DAO e Histamina em conjunto?

DAO e Histamina possuem velocidades metabólicas completamente diferentes:

  • A DAO se altera de forma lenta, pois depende da saúde da mucosa intestinal, disbiose, mecanismos genéticos e inflamação.

  • A Histamina se altera de forma rápida, variando conforme o que o paciente come, estresse do dia, exercício, sono, álcool e microbiota.

Por isso, interpretar isoladamente gera erro diagnóstico.


Análise conjunta (padrões clínicos clássicos)

  • DAO baixa + Histamina alta→ Intolerância histamínica verdadeira.

  • DAO baixa + Histamina normal→ Capacidade digestiva reduzida, mas baixa exposição alimentar; risco de sintomas quando dieta relaxa.

  • DAO normal + Histamina alta→ Produção aumentada (microbiota, mastócitos, álcool, alimentos ricos em histamina).→ NÃO é intolerância histamínica por deficiência enzimática.

  • DAO normal + Histamina normal, mas sintomas→ Muitas vezes NÃO é intolerância histamínica → investigar SII, alergias tardias, disbiose, EDN.

Esse é o ponto central: só entender DAO e Histamina juntos permite diagnosticar corretamente.


Intolerâncias alimentares confundidas com intolerância histamínica

O Manual do Prescritor da LabRx destaca algo essencial: intolerâncias alimentares imediatas e tardias são frequentemente confundidas com intolerância histamínica.

Os sintomas se sobrepõem:

  • cefaleia

  • rubor

  • distensão abdominal

  • palpitações

  • diarreia ou constipação

  • prurido

  • fadiga

  • irritabilidade

  • insônia

  • mal-estar pós-refeição

Mas as causas são totalmente diferentes.


Quando NÃO é intolerância histamínica:

  • EDN Fecal elevado → alergia alimentar não-IgE mediada

  • Histamina fecal elevada → mastócitos + disbiose

  • Disbiose produtora de gás e aminas biogênicas

  • Glúten, FODMAPs, lactose e frutose

  • Reação imunológica tardia

Por isso testes de IgG alimentares NÃO servem para diferenciar esses quadros, e a DAO continua sendo o marcador mais confiável.


Por que dosar DAO antes e durante suplementação?

A suplementação de DAO atua localmente, não altera imediatamente a produção endógena e pode mascarar sintomas. Por isso:

  • Dosar antes → diagnóstico real

  • Dosar após 60–90 dias → avaliar recuperação da mucosa e impacto das intervenções

  • Dosar durante o uso → ajustar dose, dieta e tratamento intestinal

A DAO exógena não “corrige” a DAO endógena — ela apenas compensa a deficiência. Logo, sem monitoramento laboratorial, o profissional fica “cego”.


O erro comum: usar testes de microbioma DNA Shotgun para avaliar capacidade produtora de histamina

Testes de microbioma baseados em DNA Shotgun ou PCR 16S não medem função. Eles medem potencial genético, que não significa atividade real.

Exemplo claro:

  • Uma bactéria com gene de produção de histamina pode não estar ativa.

  • Uma bactéria sem gene histamínico pode contribuir para inflamação intestinal que piora a Intolerância Histamínica.

  • Esses testes não captam mastócitos, alimentos, álcool, estresse ou permeabilidade intestinal.

Conclusão prática: não se diagnostica intolerância histamínica com testes de microbioma. Diagnostica-se com DAO e Histamina.


Alimentos ricos em histamina (para interpretação clínica)

Ricos em histamina

  • Queijos curados

  • Embutidos

  • Vinhos, cerveja, champanhe

  • Peixes armazenados

  • Fermentados (kombucha, chucrute, kefir)

  • Tomate

  • Espinafre

  • Berinjela

  • Abacate

  • Morango

  • Chocolate

  • Vinagre, molhos envelhecidos, shoyu

Alimentos liberadores de histamina (mesmo sem ter histamina)

  • Frutas cítricas

  • Clara de ovo

  • Amendoim

  • Castanhas

  • Frutos do mar

  • Aditivos alimentares

Alimentos que bloqueiam DAO

  • Álcool

  • Chá preto

  • Energéticos

  • Bebidas industrializadas

A interpretação da dieta só faz sentido quando correlacionada ao DBS® DAO + Histamina.


Conclusão

O DBS® Intolerância Histamínica oferece a forma mais precisa, funcional e clínica de diagnosticar intolerância histamínica verdadeira. A interpretação isolada de sintomas falha; a interpretação isolada de dieta falha; testes genéticos do microbioma falham.

Mas DAO + Histamina, avaliados juntos, oferecem:

  • clareza diagnóstica

  • direcionamento terapêutico

  • possibilidade de acompanhar evolução

  • diferenciação entre IH, alergias, disbiose e SII

É a diferença entre tratar sintomas e entender a fisiologia real.


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Referências

LABRX®. Manual do Prescritor – LabRx®. 1. ed. São Paulo: LabRx Medicina Laboratorial Funcional, 2025.

VIRTOS, André; SUGIYAMA, Mitiko; VIRTOS, Odair. EDN Fecal – Marcador de Alergias Alimentares Não-IgE Mediadas. São Paulo: LabRx®, 2025.

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