Estroboloma e Câncer de Mama
- André Virtos
- Sep 25
- 2 min read
O câncer de mama é o tumor mais frequente entre mulheres e grande parte dos casos está relacionada à exposição prolongada aos estrógenos endógenos. Além de fatores genéticos e ambientais, a microbiota intestinal exerce papel fundamental nesse processo por meio do estroboloma, o conjunto de bactérias que metabolizam os estrógenos.
Estroboloma e o Metabolismo Estrogênico
O estroboloma atua principalmente através da enzima β-glucuronidase, que desconjuga estrógenos excretados pelo fígado, permitindo sua reabsorção no intestino:
Atividade elevada → aumenta a recirculação estrogênica, favorecendo hiperestrogenismo e maior estímulo proliferativo em tecidos mamários.
Atividade reduzida → diminui a biodisponibilidade hormonal, mas pode gerar sintomas de deficiência estrogênica em outros contextos clínicos.
Estroboloma e o Risco de Tumores Estrogênio-Dependentes
Estudos demonstram que mulheres com câncer de mama apresentam perfis distintos de microbiota intestinal, caracterizados por:
Maior atividade da β-glucuronidase.
Menor diversidade bacteriana.
Predomínio de cepas pró-inflamatórias.
Esse desequilíbrio promove tanto hiperexposição estrogênica quanto um estado de inflamação crônica, criando um ambiente propício à carcinogênese.
Avaliação Clínica do Estroboloma
O exame CoproOne® Estroboloma, que mede a atividade fecal da β-glucuronidase, permite:
Identificar mulheres em risco aumentado para câncer de mama.
Apoiar estratégias preventivas e terapêuticas personalizadas.
Monitorar intervenções de modulação da microbiota, incluindo dieta rica em fibras, probióticos, prebióticos e fitoterápicos reguladores do metabolismo estrogênico.
Conclusão
O estroboloma é um elo crítico entre microbiota intestinal e risco de câncer de mama estrogênio-dependente. Sua avaliação fornece dados objetivos para estratégias de prevenção, diagnóstico precoce e suporte terapêutico integrativo, ampliando a abordagem clínica em oncologia funcional.
Referências
Kwa M, Plottel CS, Blaser MJ, Adams S. The intestinal microbiome and estrogen receptor–positive female breast cancer. J Natl Cancer Inst. 2016;108(8).
Baker JM, Al-Nakkash L, Herbst-Kralovetz MM. Estrogen–gut microbiome axis: Physiological and clinical implications. Maturitas. 2017;103:45–53.
Fuhrman BJ, et al. Associations of the fecal microbiome with urinary estrogens and estrogen metabolites in postmenopausal women. J Clin Endocrinol Metab. 2014;99(12):4632–4640.
Plottel CS, Blaser MJ. Microbiome and malignancy. Cell Host Microbe. 2011;10(4):324–335.




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