Intolerância Histamínica: Como Avaliar DAO e Histamina em Conjunto
- André Virtos
- Sep 17
- 2 min read
A intolerância histamínica acontece quando há um desequilíbrio entre a produção/ingestão de histamina e a capacidade do organismo de degradá-la. Para compreender esse processo, é essencial analisar tanto a diaminoxidase (DAO) quanto a histamina plasmática, pois juntas fornecem um retrato funcional mais completo.
DAO como marcador principal na intolerância histamínica
A DAO é a enzima que degrada a histamina no intestino. Sua redução é o critério mais sólido para o diagnóstico.
Valores baixos indicam deficiência de metabolização da histamina.
DAO é mais estável do que a histamina e, por isso, é considerada o marcador prioritário.
A interpretação clínica deve sempre começar pela atividade da DAO.
Histamina como complemento da avaliação
A histamina varia mais ao longo do dia, mas seus níveis também são importantes.
Elevações refletem sobrecarga funcional do sistema, especialmente após ingestão alimentar.
Valores normais não excluem intolerância histamínica, mas ajudam a compreender se os sintomas estão ativos.
Sua análise em conjunto com a DAO enriquece a interpretação clínica.
Interpretação conjunta de DAO e histamina
A leitura combinada permite diferenciar predisposição, risco e sobrecarga atual.
DAO baixa + Histamina alta → perfil clássico da intolerância histamínica.
DAO baixa + Histamina normal → risco latente; sintomas aparecem em picos de ingestão.
DAO normal + Histamina alta → sobrecarga transitória, ligada a dieta ou disbiose.
DAO normal + Histamina normal → equilíbrio; investigar outras causas de sintomas.
Conclusão
Na prática clínica, a intolerância histamínica deve ser avaliada principalmente pelos níveis de DAO, mas a histamina plasmática fornece informações complementares sobre a carga atual. A associação desses marcadores torna o diagnóstico mais preciso e orienta condutas personalizadas, como ajustes nutricionais, modulação da microbiota e suplementação enzimática quando indicada.compreender tanto a predisposição quanto a expressão clínica da intolerância histamínica.
Referências
Maintz L, Novak N. Histamine and histamine intolerance. Am J Clin Nutr. 2007;85(5):1185–1196.
Schwelberger HG. Histamine intolerance: a metabolic disease? Inflamm Res. 2010;59 Suppl 2:S219–S221.
Comas-Basté O, et al. Histamine intolerance: the current state of the art. Biomolecules. 2020;10(8):1181.



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